quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Organização social e estrutura familiar


Organização social  e estrutura familiar

 


  Rei e Rainha

  Guerreiros e Druidas

  Artesãos, ferreiros

  Lavradores

  Servos

A sociedade celta era centrada na unidade familiar (ou clann / fine) e na tribo (sistema tribal_ Tuath).  Sendo que, o Tuath era o agrupamento de diversas famílias, que habitava o mesmo espaço e vivia sob a orientação de um príncipe local, ou Chefe Tribal. Devemos desconstruir a visão de pirâmide social tripartida (nobreza, clero e servos) se quisermos entender a organização social dos celtas. Todos os membros da comunidade tinham importância, pois faziam parte de um todo. Mas não podemos negar que a classe dos servos tinha menor poder político.


A organização celta assemelhava-se em muitos pontos a organização feudal, pois possuía funções sociais bem definidas e as tribos (ou, na Idade Média, feudos) não estavam subordinadas diretamente a um governo central e forte. As tribos celtas eram autocéfalas (governadas por si, entre si; independentes), sendo unidas somente pelo idioma, religião e costumes. Os deuses dão uma excelente pista de como todas as funções sociais eram importantes, pois eles mesmos exerciam atividades de artesãos, agricultores, curandeiros etc.. Os celtas tinham consciência de que toda a comunidade dependia da interação e integridade da mesma. Os Druidas constituíam uma privilegiada e influente classe que transcendia as divisões tribais. Os Guerreiros eram outra classe de grande importância para os celtas, o próprio chefe do clã era, essencialmente, um guerreiro.

A família


A família era o eixo principal na sociedade. Para manter uma relação forte, cada família destinava a educação de um de seus filhos a outra, assim, mantinham elos entre os clãs, que o definia com um todo. A família como uma das células da tribo era formada a partir do casamento. Era responsável pela ordem dentro do grupo. Se um membro da família cometia um crime toda a família pagava a penalidade.

Os homens


Os homens exerciam várias funções, podiam ser lavradores, artesãos, ferreiros, guerreiros, druidas, bardos, chefes de clã. O rei deveria ser um homem de grande valor moral, era escolhido pela tribo. A condição era que ele fosse íntegro de corpo, alma e mente.

As mulheres


Normalmente, as mulheres passavam o tempo cozinhando, fiando e tecendo, além de cuidar dos filhos. Eram vaidosas, usavam vários ornamentos, maquiagem, túnicas longas coloridas e cabelos longos e trançados. As mulheres podiam ter posses, ser guerreiras, druidesas e rainhas. Tinham praticamente os mesmos direitos dos homens. Podiam pedir divórcio, se insatisfeitas com o marido, ou se sofressem algum tipo de violência, e levarem consigo tudo o que haviam trazido para o casamento.

Longe de estar confinada ao gineceu ou mantida numa situação de dependência, como em certas sociedades poligâmicas, a mulher irlandesa, bretã ou gaulesa, possui um estatuto bem definido exatamente igual ao do homem: pode fazer testamento, herdar, usufruir dos seus bens, exercer uma profissão, ter sua própria vida doméstica. Tem acesso ao sacerdócio, onde pode exercer a arte da profecia.

               (A civilização celta – Françoise Le Roux & Chistian J. Guyonvarc’h – p 68)

As crianças


Meninos e meninas eram tratados da mesma forma, mas as meninas, normalmente, ajudavam as mulheres mais idosas da sua família. Suas tarefas eram simples e leves, eles passavam boa parte do tempo brincando. Recebiam instrução, inclusive treinamento de guerra. Os meninos aprendiam cedo as artes da guerra, a manejarem e produzirem armas. 
O filho de um nobre recebia suas armas cedo. Era comum entre famílias celtas, um dos filhos não ser criado pelos pais, mas por tios ou parentes próximos, isto estreitava a relação familiar como já foi observado.


O casamento



O casamento celta era uma instituição flexível, resultante de um contrato cuja duração não precisava necessariamente ser definitiva. A mulher escolhia livremente seu marido, pelo menos teoricamente, pois, às vezes, os pais arranjavam casamentos por oportunismo econômico ou político. Mas, mesmo nestes casos, a moça era consultada. No quadro do casamento, tudo dependia da situação pessoal dos esposos. Quando a mulher possuía menos bens que o marido, era este quem dirigia a casa, sem recorrer à mulher. Mas se as fortunas do homem e da mulher fossem iguais, o marido não poderia dirigir a casa sem o consentimento da esposa. E, fato excepcional na maioria das legislações, no caso de a mulher possuir mais bens que o marido, era ela quem dirigia a casa, sem pedir sequer a opinião dele. Também é importante constatar que, casando-se, a mulher não entrava nunca na família do marido. Ela pertencia sempre à sua família de origem, e o preço pago pelo marido pela compra de sua mulher era uma espécie de compensação dada à família dela. Mas em caso de divórcio, a mulher retomava seu lugar natural em sua família de origem. Em determinadas situações, especialmente quando o marido era estrangeiro, a família constituída pelo casamento pertencia a uma categoria especial, ligada à família da mulher, e os filhos herdavam, exclusivamente da família materna, nome e bens.




















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